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ENCONTROS FOTOGRÁFICOS: JACINTINHO - JAQUEIRA - CIDADE UNIVERSITÁRIA

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ClickNiggas: Encontros Fotográficos como Potência de Reexistência e Imaginação Negra


Os encontros fotográficos do projeto social ClickNiggas se consolidam como o nosso Baobá principal — símbolo de sabedoria ancestral, memória e resistência coletiva. Ao longo de quatro edições realizadas nos bairros do Jacintinho, Chã da Jaqueira, Cidade Universitária e Village Campestre, produzimos mais de 2.000 imagens que em breve estarão disponíveis para download e uso pedagógico por estudantes de escolas públicas alagoanas.


Mas este projeto vai muito além de números. Estamos construindo uma nova imagem da periferia negra alagoana, uma imagem que não é capturada de fora para dentro, mas que nasce de dentro para dentro — a partir dos nossos corpos, das nossas estéticas, das nossas vivências e da nossa imaginação radical.


Ao refletirmos sobre nossas próprias presenças, nossos traços, nossas potências e feridas, criamos ensaios fotográficos que são atos políticos, poéticos e pedagógicos. Como propõe Bell Hooks, pensar a estética negra é também pensar um lugar de cura e de reinvenção subjetiva: "A estética negra é uma forma de resistência à desumanização, uma afirmação da nossa humanidade." Os encontros ClickNiggas são exatamente isso — espaços de resistência imagética onde reivindicamos o direito de nos vermos e sermos vistos com dignidade, beleza e complexidade.


Inspirados na perspectiva de Lélia Gonzalez, que denunciava o epistemicídio da cultura negra brasileira e defendia o saber produzido nas margens, nosso projeto atua no campo simbólico com a radicalidade de quem entende que imagem também é território. E esse território precisa ser ocupado por nós, com nossas narrativas, nossos filtros e nossos focos. As imagens que produzimos são nossas ferramentas de reexistência — ou, como diria Grada Kilomba, são "formas de quebrar o silêncio imposto às nossas histórias."


A proposta é inédita em Alagoas: fotografar a negritude periférica a partir de uma metodologia de afeto, escuta, colaboração e imaginação, promovendo uma produção visual que combate estereótipos e ativa memórias coletivas. Mais que retratos, cada ensaio é um manifesto contra a invisibilidade. Cada clique é um grito por liberdade e pertencimento.


Além da criação das imagens, há um cuidado intencional com sua destinação social e educacional. Ao disponibilizarmos essas fotos para uso pedagógico em escolas públicas, fomentamos debates sobre identidade, representatividade e poder. Alimentamos o desejo de futuros possíveis para a juventude negra periférica, colocando suas imagens como parte do currículo da vida.


Comentários dos participantes:
🎤 “Foi a primeira vez que me vi bonito numa foto que eu mesmo escolhi como queria ser retratado.”

Gone, 20 anos, Jacintinho


📸 “Esse projeto me deu coragem de sonhar com a fotografia como profissão. Nunca pensei que minha quebrada podia virar arte.”
Tainá, 19 anos, Chã da Jaqueira


🖤 “Eu me emocionei. Ver minha filha se ver com orgulho numa imagem é algo que nenhuma escola jamais tinha proporcionado.”
 Dona Sandra, mãe de participante, Cidade Universitária
🌟 “ClickNiggas me ensinou que minha estética é válida, minha pele é bonita, meu cabelo é história. Nunca mais vou abaixar a cabeça.”
Grilo,19  anos, Village Campestre
 

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